No coração da campanha gaúcha, onde os campos ondulam ao vento e o céu se abre infinito, ergue-se São Gabriel, uma cidade moldada pelo tempo e pela coragem de seu povo. Suas ruas, que já viram o trotar dos cavalos e o brilho das espadas, guardam histórias de bravura e honra, tornando-a conhecida como Terra dos Marechais.
Era uma vez, nos tempos das velhas estâncias e dos combates fronteiriços, um lugar onde os meninos cresciam ouvindo os ecos da guerra e da pátria. Desde cedo, aprendiam que a terra onde pisavam não era apenas solo, mas um legado. O espírito guerreiro corria em suas veias, forjado pela luta dos antepassados que defenderam os campos do Sul com sangue e aço.
Dentre esses filhos ilustres, destacou-se o Marechal Hermes da Fonseca militar brilhante, tornou-se Presidente do Brasil entre 1910 e 1914, marcando seu governo com a forte presença das forças armadas na política nacional.
O Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, que, de um pequeno lar gabrielense, ascendeu ao comando das tropas brasileiras na Itália, conduzindo a Força Expedicionária Brasileira pelas gélidas montanhas da Europa. Com a bravura dos que nunca recuam, escreveu seu nome na história, levando consigo o orgulho de sua terra natal. Ao seu lado na galeria dos grandes gabrielenses está o Marechal Fábio Azambuja, um militar e engenheiro cuja dedicação ao Exército consolidou sua importância na história militar do país.
Os Marechais João Propício Menna Barreto e Emílio Mallet, deixaram suas marcas, como se a própria terra gabrielense os tivesse adotado. Entre batalhas e glórias, aqui fincaram laços de honra e dever, enraizando-se na história da cidade. Seus feitos ecoam nas coxilhas, pois São Gabriel não apenas os acolheu — os imortalizou na galeria dos Marechais.
Mas São Gabriel não forjou apenas militares. Fernando Abbott, um dos mais importantes políticos e médicos do Rio Grande do Sul, deixou seu legado na história do Rio Grande do Sul. Alcides Maya, escritor e jornalista, retratou a alma do povo gaúcho em sua literatura, levando ao Brasil a essência das tradições sulistas. Leonel Franca, a luz da educação, e Joaquim de Assis Brasil, a voz da diplomacia. Dois filhos ilustres que levaram a grandeza de sua terra ao mundo.
A cidade também viu nascer um verdadeiro libertador: José Plácido de Castro, o líder da Revolução Acreana, que comandou os seringueiros na luta pela anexação do Acre ao Brasil, garantindo a soberania nacional sobre aquele território. Sua inteligência militar e sua determinação fizeram dele um dos maiores heróis do país.
No campo da comunicação, Heron Domingues levou a voz de São Gabriel para o Brasil e o mundo. Como locutor do lendário programa “Repórter Esso”, ele foi a voz que anunciou momentos decisivos da história nacional e internacional, tornando-se um ícone do rádio brasileiro.
As praças e casarões da cidade ainda sussurram essas memórias. No silêncio das madrugadas frias, dizem que o vento que passa pelas coxilhas carrega o chamado dos antigos guerreiros. São Gabriel não é apenas um ponto no mapa — é um bastião da coragem, uma terra onde o passado e o presente se encontram, moldando a essência de um povo que jamais esquece suas origens.
Nos campos verdes de São Gabriel, onde o céu se funde com a terra, tombou Sepé Tiaraju, o guerreiro dos Sete Povos. Seu sangue misturou-se ao solo que jurara defender, e seu grito de luta ecoa até hoje nos ventos das coxilhas. “Esta terra tem dono!”, bradou ele, e, mesmo em sua queda, tornou-se imortal.
Enquanto o tempo avança e o mundo muda, São Gabriel continua a ser A Terra dos Marechais, onde a bravura é eterna e a história nunca se cala. Assim, São Gabriel é um marco na história do Brasil. Terra de Marechais, de líderes, de escritores e de heróis, sua essência permanece viva no espírito de seu povo!